Como descobrir se sou infértil?

Se você está lendo este artigo, é sinal de que está provavelmente pensando em engravidar ou já está na jornada para isso. É natural que essa fase possa trazer um misto de emoções e expectativa, mas quando após algumas tentativas o positivo ainda não chega, é quase impossível não se perguntar: será que sou infértil?

No artigo de hoje, vamos entender o que é a infertilidade, sinais que possam indicar algum possível problema e quando procurar um especialista para te ajudar nesse processo. Continue a leitura!

O que é infertilidade?

Aqui se encontra o primeiro conceito importante a ser esclarecido. Normalmente, consideramos o critério de infertilidade baseado no tempo de tentativas sem que aconteça a chegada do bebê. Em geral, para mulheres de até 35 anos, a infertilidade é definida como a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais regulares sem o uso de contraceptivos.

Já nos casos de mulheres após os 35 anos, este prazo é reduzido para 6 meses de tentativas sem sucesso. Portanto, esta definição pode, por si só, ajudar a te trazer um pouco de tranquilidade, afinal, podemos perceber que tentar por alguns meses até o sucesso pode ser considerado normal!

Quando considerar a possibilidade de procurar um especialista?

É importante notar que cada pessoa é única, e o tempo para engravidar pode variar. Em tese, após 6 meses a 1 ano de tentativas, a depender do corte de idade acima, é recomendável buscar avaliação. Porém, outras questões também devem ser consideradas, como por exemplo: pacientes com doenças ginecológicas que sabidamente possam impactar nas chances de gestação – como ovários policísticos e endometriose – também devem considerar passar por avaliação após 6 meses de tentativas.

Esta recomendação também vale para fatores masculinos conhecidos, como histórico de alterações leves de espermograma ou de varicocele. Vale a pena reforçar que este critério de tempo serve para a orientação de buscar um especialista, porém, pacientes que já tenham estes ou outros diagnósticos, devem manter seguimento com os médicos de rotina regularmente para orientações individualizadas.

Alguns cenários podem também trazer a recomendação de avaliação imediata, como histórico de desejo gestacional pós laqueadura ou vasectomia, ou casais em que a mulher tenha mais de 40 anos, por exemplo.

Essa avaliação inicial é principalmente uma conversa, para que o especialista possa entender melhor sua história, e pode incluir exames de sangue para verificar alguns níveis hormonais, ultrassonografias para avaliar a saúde dos ovários e útero, espermograma, dentre outras avaliações individualizadas para cada cenário.

Não se esqueça que buscar ajuda não significa necessariamente que algo está errado, ou que você definitivamente não conseguirá uma gestação espontânea. Muito pelo contrário, ao buscar ajuda, você consegue entender melhor os possíveis diagnósticos e buscar todas as ferramentas disponíveis para contorná-los e otimizar as chances de concepção! É uma forma de garantir que você esteja no caminho certo para buscar o seu sonho de ter filhos.

Existem sinais que devem chamar atenção para possível infertilidade?

Sim, apesar do tempo de tentativas ser o principal critério, outros fatores, quando presentes, devem acender um alerta de possíveis dificuldades para a gestação. Dessa forma, conhecer estes sintomas também auxilia para que você busque ajuda em um momento oportuno para otimizar as tentativas.

Abaixo, vamos conhecer alguns dos sinais que os pacientes “tentantes” devem estar atentos!

Para mulheres:

  1. Ciclos menstruais irregulares (que podem incluir períodos muito curtos ou longos), ou variação importante entre os ciclos (maior que 8 dias), até mesmo a ausência de menstruação;
  2. Dor intensa e geralmente progressiva durante os períodos menstruais, que pode ser um sintoma de condições como endometriose;
  3. Alterações no padrão de fluxo menstrual, como percepção de aumento significativo ou redução do fluxo;
  4. Dor durante as relações sexuais, que também pode chamar atenção para condições como endometriose;
  5. Sintomas de possíveis alterações hormonais, como acne importante, crescimento de pelos em locais não usualmente femininos e mudanças na pele e/ou cabelo;
  6. Histórico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), que podem causar danos aos órgãos reprodutivos;
  7. Histórico de cirurgias prévias no útero, trompas ou ovários, etc.

Para Homens:

  1. Histórico de cirurgias nos órgãos reprodutivos (como correção de criptorquidia);
  2. Histórico de infecções prévias na região testicular (como orquite por complicação de caxumba, por exemplo);
  3. Dor, inchaço ou nódulos percebidos na região dos testículos;
  4. Antecedente de traumas (“batidas”) na região testicular;
  5. Dificuldades de ereção ou ejaculação;
  6. Diagnóstico ou suspeita de varicocele (uma dilatação anormal das veias da região escrotal);
  7. Baixa contagem de espermatozoides ou problemas com a qualidade dos espermatozoides, identificados através de um espermograma prévio;
  8. Antecedente de uso de hormônios, como anabolizantes, etc.

É importante lembrar que a presença de um ou mais desses sintomas não necessariamente indica infertilidade, mas pode ser um alerta para procurar um médico especialista em reprodução humana para uma avaliação e orientação mais detalhadas. O diagnóstico preciso da infertilidade envolve uma avaliação mais ampla do contexto como um todo, e deve ser feito por profissionais qualificados.

Perspectivas e tratamentos

Se você chegou até aqui neste texto e acredita que possa ter algum problema, mantenha a calma! Mesmo diante do diagnóstico de infertilidade, existem opções de tratamento disponíveis, com chances de sucesso que apresentam melhoria constante. Os tratamentos podem ir desde ajustes de estilo de vida, uso de medicações para tratamento clínico, até opções como namoro programado, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV).

A escolha do tratamento adequado é baseada em um diagnóstico detalhado e nas necessidades individuais, com acompanhamento próximo de profissionais especializados para oferecer suporte durante todo o processo. É importante enfatizar que dificilmente existirá apenas um caminho viável, portanto, a decisão deve ser tomada sempre em conjunto com a paciente ou casal, levando em consideração também as preferências e expectativas individuais!

Além dos tratamentos, um estilo de vida saudável com dieta balanceada, exercícios físicos regulares e a eliminação de hábitos como fumar e consumo excessivo de álcool podem melhorar as chances de gestação tanto espontânea quanto nos tratamentos de fertilidade. Também é muito importante cuidar dos aspectos emocionais associados à infertilidade, já que o processo pode ser desafiador emocionalmente. O suporte psicológico para o casal ajuda no bem-estar durante todo o tratamento.

Se ao final desse texto, você entendeu que para o seu caso é recomendável buscar ajuda, não deixe de entrar em contato e agendar uma consulta. Estou aqui para ajudar você a passar por essa jornada com o máximo de apoio e cuidado possível. O diagnóstico da infertilidade é desafiador, mas ninguém precisa passar por ele sozinho! Juntos, podemos pensar melhor e irmos mais longe! Que cada passo te leve cada vez mais perto do seu sonho! Conte comigo!

Glossário:

Inseminação intrauterina: Procedimento no qual espermatozoides são colocados diretamente no útero durante o período fértil da mulher, com o objetivo de aumentar as chances de fertilização.

Varicocele: Dilatação anormal das veias escrotais, que pode afetar o ambiente testicular e a produção de espermatozoides.

Orquite: Termo usado para descrever uma inflamação nos testículos, que pode ser causada por diversos fatores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo
Clique aqui para agendar sua consulta comigo!