Você já ouviu falar sobre a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e sua possível relação com a infertilidade? Se não, não se preocupe, pois vamos abordar esse assunto neste artigo. Continue lendo!
O que é a DIP?
A DIP é uma infecção que afeta os órgãos reprodutivos femininos, podendo afetar o útero, as trompas e os ovários. Ela geralmente é causada por bactérias transmitidas sexualmente, como a clamídia e a gonorreia, mas também pode ser resultado de outras infecções.
Como acontece o diagnóstico e o tratamento
O diagnóstico da DIP geralmente envolve uma avaliação médica detalhada, incluindo histórico médico e exame físico. Exames laboratoriais podem ajudar a confirmar a presença de infecção, enquanto exames de imagem, como ultrassonografia, também podem ser realizados para avaliar a extensão da infecção em alguns casos.
O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos para eliminar a infecção bacteriana. Eles podem ser administrados por via oral ou endovenosa, a depender da severidade do caso e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para remover tecidos infectados e aderências.
O impacto da DIP na fertilidade
A relação entre DIP e infertilidade está relacionada principalmente aos danos que a infecção pode causar nos órgãos reprodutivos. A inflamação causada pela infecção pode resultar em cicatrizes e aderências principalmente nas trompas de Falópio, o que pode obstruir parcial ou totalmente essas estruturas. Com isso, a função tubária pode ser limitada. Como as trompas são responsáveis por capturar os óvulos e disponibilizá-los para encontrar os espermatozoides, bem como permitir a migração do possível embrião ao útero, nos casos onde esta função não consegue ser desempenhada normalmente, este fator pode acabar dificultando a gravidez.
Além disso, a DIP também pode levar à formação de tecido cicatricial nos ovários e no revestimento uterino, fatores que também podem limitar as chances de gestação. Nos casos onde haja necessidade de abordagem cirúrgica, como quando ocorre o chamado abscesso tubo ovariano, caso seja necessária abordagem direta do ovário, também há preocupação com possível impacto na reserva ovariana. Porém, felizmente, estes casos costumam ser mais raros.
No entanto, é importante enfatizar que nem todas as mulheres que receberem o diagnóstico de DIP sofrerão com a infertilidade. O tratamento oportuno e eficaz da infecção, juntamente com uma abordagem cuidadosa para minimizar o risco de complicações, pode ajudar a minimizar os potenciais impactos sobre a fertilidade.
Para aquelas que enfrentam dificuldades para engravidar e possuem antecedente de diagnóstico de DIP, é importante informar este histórico ao médico que esteja te avaliando. O conhecimento desta informação é importante para avaliar possíveis investigações e estratégias específicas. Após uma avaliação detalhada do caso, podem ser propostos tratamentos de reprodução assistida, desde baixa complexidade (namoro programado ou inseminação artificial) à alta complexidade (fertilização in vitro).
Portanto, como pudemos perceber, o diagnóstico precoce e tratamento adequados da DIP são medidas importantes para cuidar da sua saúde reprodutiva. Se você tiver sintomas como dor pélvica, corrimento, dor durante a relação sexual, dentre outros, procure seu ginecologista para avaliar se há suspeita ou diagnóstico de DIP!
Caso você esteja enfrentando dificuldades para engravidar, não deixe de procurar um especialista e informar também se possui histórico deste diagnóstico. Quanto mais você se cercar de conhecimento e informação, melhor poderá cuidar da sua saúde e receber orientações personalizadas para uma jornada mais tranquila em busca pela maternidade!
Ficou com alguma dúvida sobre alguns termos do artigo? Aqui está um glossário para ajudar!
Glossário:
- Trompas de Falópio: estruturas tubulares finas que conectam os ovários ao útero; são o local onde a fertilização ocorre.
- Fertilização: processo pelo qual o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide, pode ocorrer no organismo da mulher ou no laboratório, nos tratamentos de fertilização in vitro.
- Cicatrizes e aderências: tecido cicatricial formado como resultado de inflamação ou outras lesões, que, no caso dos órgãos reprodutivos, pode causar obstrução ou restrição em seu funcionamento normal.
- Fertilização in vitro (FIV): tratamento de reprodução assistida no qual os óvulos são coletados do ovário e fertilizados em laboratório, e o embrião resultante é transferido para o útero.
- Inseminação artificial: procedimento de reprodução assistida no qual o sêmen é colocado diretamente no útero durante o período fértil da mulher, para aumentar as chances de fertilização.
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