O momento mais esperado do tratamento, na maioria das vezes, é a transferência embrionária! Finalmente, chegou a hora de encontrar e receber no útero o embriãozinho tão desejado! Ao se aproximar deste encontro, começam a surgir as dúvidas: como escolher qual embrião será transferido? O que levar em consideração? E quantos embriões? Espero que o texto de hoje possa te ajudar a se preparar para este momento!
Diversos fatores devem ser levados em consideração na hora da decisão pelos embriões a serem transferidos. É importante frisar que esta definição deve ser sempre individualizada, levando-se em consideração as questões clínicas, laboratoriais, bem como preferências e expectativas da paciente/casal.
Vamos entender abaixo alguns dos fatores importantes para guiar esta decisão!
1. Estágio de desenvolvimento:
Basicamente, os embriões podem ser transferidos no estágio de clivagem (dois a três dias de desenvolvimento) ou no estágio de blastocisto (cinco a sete dias de desenvolvimento). A decisão pelo melhor momento depende do número de embriões em cultivo, qualidade morfológica, programações adicionais do tratamento (como análise genética embrionária), dentre outras questões.
2. Qualidade morfológica:
Durante o período de cultivo, os embriologistas examinam cuidadosamente a morfologia dos embriões. Isso inclui a avaliação da aparência e do desenvolvimento das células, bem como a presença de fragmentação. Esta análise de morfologia tem o objetivo de nortear a seleção dos embriões a serem priorizados para a transferência. Isso porque, teoricamente, se a divisão celular está se comportando adequadamente, ela pode sinalizar um bom potencial de continuidade.
Porém, muito cuidado, a avaliação morfológica é uma pista, mas não pode ser interpretada como definidora de potencial ou não do embrião implantar! Temos histórias lindas de embriões vindos de classificações morfológicas que não eram as ideais.
Assista o episódio do Podcast Papo de Tentante para continuar entendo mais sobre o tema:
3. Análise genética:
Em alguns casos, pode ser feito um estudo genético dos embriões, para detectar possíveis anomalias cromossômicas ou gênicas. Isso é decidido individualmente, e alguns fatores importantes devem ser levados em consideração, como idade da paciente, histórico familiar de doenças genéticas, abortos de repetição ou falhas de implantação, por exemplo.
Quando transferimos embriões com análise genética, a tendência é optarmos por transferir um embrião de cada vez, porém essa decisão deve sempre ser discutida individualmente.
4. Critérios clínicos:
Além dos aspectos relacionados aos embriões, é fundamental avaliarmos também os dados clínicos do casal, como a idade da mulher, histórico de tratamentos anteriores, cirurgias uterinas ou outras comorbidades, dentre outras condições de saúde relevantes. Esses fatores podem influenciar a decisão sobre quantos embriões transferir, pois o objetivo do tratamento é trazer a gestação com o máximo de segurança possível.
Resumindo, a escolha dos embriões a serem transferidos na FIV é um processo que envolve múltiplas questões, passando pela avaliação do desenvolvimento embrionário, o quanto de informações temos sobre eles, as condições de saúde da futura mamãe, etc.
Assim como o momento da transferência é único, a preparação para este momento também deve ser! Afinal, a transferência de embriões é um encontro apaixonante e mágico, e todo cuidado e segurança para sua realização devem ser tomados!
Você já fez alguma transferência de embriões? Conte aqui nos comentários como foi sua experiência!
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