A Fertilização In Vitro (FIV) se destaca como o mais avançado tratamento de reprodução humana, oferecendo esperança aos casais que enfrentam desafios na busca pela gestação. Neste guia completo, mergulharemos em cada fase dessa jornada extraordinária, desde a coleta dos gametas até a transferência dos embriões.
Continue lendo o artigo para entender todas as etapas!
1. O que é um tratamento de reprodução assistida?
A reprodução assistida engloba um conjunto de técnicas que visam auxiliar casais a atingirem a gravidez. Este tratamento, muitas vezes necessário diante de desafios de fertilidade, demanda uma avaliação personalizada do histórico clínico do casal.
Quando o tratamento de reprodução assistida é recomendado, ele pode ser conduzido por meio de técnicas de baixa ou alta complexidade. A diferença entre estes dois tipos de tratamento é o local em que ocorre o encontro entre óvulo e espermatozoide. Os tratamentos de baixa complexidade promovem este encontro no próprio organismo da mulher, como é o caso do namoro programado (ou coito programado) e a inseminação intrauterina (ou inseminação artificial).
Já a FIV é o tratamento de alta complexidade, pois promove o encontro entre óvulo e espermatozoides dentro do laboratório. Este encontro pode ocorrer de forma convencional (a chamada FIV clássica) ou pela ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
2. Quando a FIV costuma ser recomendada?
A FIV foi inicialmente desenvolvida para auxiliar mulheres com problemas de fertilidade devido a obstruções nas trompas uterinas. No entanto, ao longo do tempo, sua aplicação se estendeu, beneficiando casais e pacientes com outros possíveis diagnósticos. Além das mulheres com obstruções nas trompas, a FIV pode ser recomendada para pessoas com endometriose, distúrbios da ovulação (como a síndrome dos ovários policísticos), casais homoafetivos, homens com baixa concentração ou mobilidade de espermatozoides e pacientes que desejam engravidar por produção independente.
Atualmente, ela pode também ser realizada para pacientes com histórico de doenças genéticas que sejam rastreáveis através da análise genética embrionária.
3. Como é realizado o procedimento?
A jornada da FIV compreende cinco etapas cruciais:
Estimulação Hormonal
O tratamento se inicia pelo estímulo dos ovários com medicações hormonais. Hormônios injetáveis, associados ou não a comprimidos, são administrados para estimular o crescimento dos folículos e, com isso, tentar preparar mais óvulos maduros para serem obtidos no procedimento. O progresso é monitorado por ultrassom, que pode ser realizado em intervalos mais longos no início do tratamento, e na fase final da estimulação, pode ser realizado a cada dois dias, aproximadamente.
Coleta dos Óvulos
Antes da ovulação, é realizada a coleta dos óvulos. Uma agulha fina, guiada por ultrassom, é introduzida no canal vaginal para a coleta. O procedimento geralmente é rápido, e realizado sob sedação para maior conforto da paciente.
Coleta dos Espermatozoides
A coleta dos espermatozoides pode ser feita por masturbação, punção ou biópsia do testículo/epidídimo. Em alguns casos, pode também haver indicação de tratamento com sêmen de doador, que atualmente pode ser obtido por parente até quarto grau (desde que não ocorra consanguinidade) ou através de bancos de sêmen, com doadores anônimos. Os melhores espermatozoides são selecionados para se encontrarem com os óvulos.
Fertilização
A etapa da fertilização ocorre quando o espermatozoide se encontra com o óvulo, e estas células devem interagir adequadamente para iniciar o desenvolvimento embrionário. No dia seguinte a este encontro, o embriologista verifica se a fertilização ocorreu. Os embriões podem ser cultivados em laboratório por até sete dias, quando espera-se que atinjam a fase de blastocisto (estágio do desenvolvimento embrionário atingido com 5-7 dias de desenvolvimento).
Transferência dos Embriões
A última etapa da FIV é a transferência dos embriões para o útero da paciente, usando um cateter delicado, sob visualização do ultrassom. O procedimento é rápido e não requer anestesia. Após duas semanas, a paciente pode realizar um teste de gravidez para verificar o resultado do tratamento.
Qual a taxa de sucesso de tratamentos de fertilidade?
As taxas de sucesso variam, sendo fortemente influenciadas pela idade da mulher. Diferentes métricas, como a taxa de gestação clínica, teste de gravidez positivo e, especialmente, a taxa de “bebês em casa” (nascidos após transferência embrionária), são consideradas para avaliar o sucesso do tratamento. A idade materna é um fator crucial, afetando tanto a qualidade quanto a quantidade de óvulos disponíveis (reserva ovariana).
Porém, para avaliar melhor a chance de sucesso, deve-se conhecer o contexto completo da paciente ou casal, e este aconselhamento pode ser melhor fornecido após uma consulta com especialista.
Como funciona a análise genética do embrião?
Como vimos anteriormente, a FIV também pode ser realizada para casais que precisam investigar doenças genéticas no embrião por meio da biópsia das células embrionárias, conhecida como teste genético pré-implantacional (PGT). Essa técnica permite identificar possíveis doenças genéticas antes da transferência para o útero, buscando diminuir o risco de abortos espontâneos ou síndromes genéticas. Como este é um assunto mais complexo, aguarde que em breve traremos mais explicações sobre ele no site!
Espero que este artigo tenha te ajudado a entender mais sobre a Fertilização In Vitro (FIV). Caso ainda tenha dúvidas, deixe nos comentários para que eu possa responder. Para agendar uma consulta, clique no link. Até mais!
Deixe um comentário