Você já ouviu falar na Síndrome de Asherman? Para algumas mulheres que sonham em engravidar, essa condição pode representar um obstáculo doloroso em sua jornada para a maternidade. Vamos explorar juntos como a Síndrome de Asherman pode afetar a fertilidade. Continue lendo o artigo!
O que é a Síndrome de Asherman?
A Síndrome de Asherman é uma condição na qual aderências, ou cicatrizes, se formam dentro do útero. Essas aderências podem variar em tamanho e gravidade, e podem ocorrer em qualquer parte do útero, incluindo o colo e a cavidade uterina. Elas podem levar a sintomas variados, desde serem assintomáticas, até se apresentarem com alteração do fluxo menstrual e, mais significativamente, infertilidade.
Quais as possíveis causas?
As aderências uterinas que caracterizam a Síndrome de Asherman geralmente se desenvolvem como resultado de traumas locais, como cirurgias, sendo uma das mais comumente associadas a esta condição, a curetagem uterina. Outras possíveis causas incluem infecções uterinas, como endometrite, e outros procedimentos médicos, como retirada de pólipos uterinos.
Como ela pode impactar na fertilidade?
A formação de aderências no útero pode ter um impacto significativo na fertilidade de uma mulher, a depender do local e da extensão das lesões. As aderências podem interferir na habilidade do endométrio de se desenvolver e se preparar para receber um embrião em desenvolvimento, dificultando a implantação bem-sucedida dele.
Além disso, as aderências podem causar obstrução parcial ou total das trompas, o que pode dificultar ou impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
Como é feito o diagnóstico e qual o tratamento?
O diagnóstico da Síndrome de Asherman geralmente é feito por meio de histeroscopia, um procedimento no qual uma pequena câmera é inserida através do colo do útero para que se possa visualizar o trajeto do colo e o interior da cavidade uterina. Neste exame, é possível observar as condições do endométrio e identificar a presença das possíveis aderências e sinéquias (cicatrizes) no endométrio.
Uma vez diagnosticada, o tratamento geralmente envolve a tentativa de correção cirúrgica dos achados, por meio de histeroscopia cirúrgica, com o objetivo de desfazer as aderências e sinéquias. Importante lembrar que para o diagnóstico, é fundamental uma história clínica bem avaliada, buscando possíveis fatores de risco e sintomas como alterações menstruais, e que o tratamento dependerá do grau dos achados e das queixas da paciente, bem como do desejo ou não de gestação.
É possível engravidar após o tratamento do quadro?
Um medo que muitas mulheres têm ao receber o diagnóstico de Síndrome de Asherman é se ainda há esperança de engravidar após o tratamento. A resposta é SIM! Embora o processo de remoção das aderências e a restauração da saúde uterina possam levar tempo e requerer paciência, é possível otimizar as chances de conceber com sucesso após o tratamento.
Após os procedimentos com o objetivo de restaurar a anatomia normal da cavidade uterina, é essencial acompanhar de perto a saúde uterina e seguir adequadamente as recomendações médicas para minimizar o risco de que as cicatrizes se formem novamente. Isso geralmente envolve o uso de terapia hormonal para promover a regeneração do revestimento uterino e prevenir a recorrência da Síndrome de Asherman.
Como pudemos ver ao longo do texto, a síndrome de Asherman pode apresentar alguns desafios para as mulheres que a enfrentam, mas com diagnóstico e tratamento adequados, é possível buscar uma solução e aumentar as chances de realizar o sonho da maternidade. Como ela é uma condição que pode não trazer sintomas, ou trazer sintomas inespecíficos, é importante conhecer o seu corpo para buscar avaliação caso apresente alguma mudança de padrão, principalmente se tiver histórico de procedimentos que tenham abordado a cavidade uterina. Com apoio de uma equipe de especialistas é possível superar esse diagnóstico, com esperança e determinação.
Glossário:
- Aderências uterinas: São cicatrizes que se formam dentro do útero, geralmente como resultado de traumas, como cirurgias, aborto, infecções ou outros procedimentos.
- Histeroscopia: Procedimento médico no qual uma pequena câmera é inserida no útero para visualizar a cavidade em busca de possíveis alterações.
- Curetagem: Procedimento cirúrgico no qual o conteúdo uterino é “raspado” através de uma cureta, uma espécie de bisturi circular. Ela pode ser realizada por diversos motivos, desde sangramento aumentado, suspeita de alterações no endométrio, mas o motivo mais comum de sua realização é após o diagnóstico de aborto, quando não há resolução espontânea.
- Trompas de Falópio: Estruturas tubulares que conectam os ovários ao útero e são responsáveis por transportar os óvulos dos ovários para o útero, e por permitirem o encontro entre óvulo e espermatozoide.
- Aborto: Perda gestacional que ocorre antes de 20 semanas de gestação.
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